O conjunto “Nos Arredores do Choro” é formado por mim, pela Rebeca Fonseca e pelo Jullian Ribeiro. Surgiu com intuito de trazer o repertório instrumental e brasileiro para as ruas. A ideia inicial procurou contemplar as feiras livres da cidade de Poços de Caldas, tocando cada semana em uma. Essa escolha se deu por acreditar no encontro da música com lugares cotidianos e no poder dessas ações em provocar marcas permanentes individuais e coletivas em quem tiver contato com elas. Além disso foi assim que comecei no Choro, através de uma apresentação que assisti na feira em 2017. Indo a feira como sempre vou aos sábados, presenciei um grupo tocando choro naquele espaço. Pela primeira vez em contato com a música instrumental, me senti instigado e fui conversar com o conjunto que se apresentava. Dali eu comecei a ter aulas de violão com um dos integrantes do grupo que junto a sua esposa, a bandolinista do conjunto, me incentivaram a buscar uma formação técnica e acadêmica que eu não encontraria na minha região. Assim comecei a buscar lugares onde eu poderia seguir meus estudos e entrei no Bacharelado em Violão na UFPel.
O grupo iniciou suas atividades em dezembro de 2021 com a apresentação minha e do Jullian no Instrumental do Parque. No mesmo mês, nós abrimos a apresentação de final de ano dos alunos e alunas de música do Galpão das Artes. Fomos convidados a tocar na UTI do Hospital Santa Lucia, na véspera de natal e para nós foi uma experiência muito emocionante que levamos com muito carinho. No comecinho do ano de 2022, em janeiro, fizemos uma roda de choro no antigo Pasquim bar afim de ver quem mais somava nesse movimento e pra nossa alegria conhecemos a Rebeca que logo se tornou parte muito importante dessa construção. Lançamos o trio na feira do Mercado Municipal de Poços durante o Festival Música nas Montanhas, que estávamos participando também. Lá chegamos a tocar uma música de minha autoria intitulada ‘E ela é’, tema inspirado na cantiga popular Se essa rua fosse minha.
Dali passamos a nos apresentar com bastante frequência. Fizemos diversas rodas abertas lá na Tia Elisa, fizemos duas edições de Choro na Panedota – Padaria Artesanal e começamos a circular pela região. Nos apresentamos em Pouso Alegre no Angelina Gastrobar e fizemos uma participação com o Samba da Velha Guarda la no Cafofo da Inês. Tocamos ali em Águas da Prata em uma tarde deliciosa no Espaço Ybyrá e chegamos a fazer alguns eventos fechados.
No mês de Julho nos apresentamos no Festival de Inverno – JulhoFest, no Mercado Municipal pela programação da Secretaria Municipal de Cultura. Para somar ao trabalho convidamos a cantora Nathália Plachi e a bailarina e coreógrafa Mariana Nathália. Elas também nos acompanharam na apresentação que fizemos no Coreto em outubro pela programação da Secretaria Municipal de Turismo. O trabalho se enriqueceu muito quando agregamos além das canções a dança.
Em Julho de 2023, o conjunto tocou mais uma vez no Festival de Inverno da Prefeitura de Poços de Caldas, JulhoFest. Dessa vez lá no mirante Santa Rita. Tivemos um domingo lindo, com muitas pessoas incriveis junto com nós, muita música e dança. É lindo lindo lindo ver a nossa cidade repleta de cultura e arte. Pra nós foi emocionante ver cada pessoa que esteve presente ali prestigiando o nosso trabalho. Só temos a agradecer a oportunidade de realizar uma apresentação com um repertório apenas de compositoras.É necessário cada vez mais repensarmos as relações de gênero envolvidas na música. Esse trabalho já estava sendo pensando há tempos e poder realizar isso de fato é uma conquista muito feliz.
A realização desse evento é graças a Secretaria de Cultura e Prefeitura de Poços de Caldas. Representante cultural: @carvalhoagenciacultural
Artistas: @gui.reche@rebeca.frederic0@jullian.ribeiro@mariana.nathalia.ramos@plachinathalia
Sonorização: Milton Leite
Nesse projeto atuei somente como produtor, na escrita do projeto e organização dos documentos, contratos e planilhas referentes ao edital. Além disso na logistica e na contratação de demais profissionais envolvidos no evento, além da divulgação nas redes sociais e jornal. Essas lindas fotos abaixo são da Michele Velloso.
O nome Nos Arredores do Choro, foi dado pois nossa intenção sempre foi buscar ampliar os espaços primeiramente geográficos desse gênero na cidade. Com as nossas discussões e conversas internas começamos a ter no nosso repertório mais músicas de compositoras, algo ainda negligenciado na prática do gênero. Além disso buscamos ter em nossos projetos uma maioridade de mulheres no conjunto, visto a disparidade de gênero que ainda há na prática musical. Incluir canções cantadas e instrumentais nas apresentações e a dança, abrangendo mais significados e propondo um projeto de artes integradas esteve bem ligado as nossas pesquisas e desejos. Todas essas questões estão “nos arredores” do choro. Pensar o choro, expandir suas possibilidades e pesquisar através da prática é o que nos inspira. Esse é um projeto que eu tenho muito carinho, uma amizade enorme por todas as pessoas envolvidas e que estou cheio de saudades 🙂